CONHECENDO A PESSOA, A MISSÃO E A ESPIRITUALIDADE DE SÃO JOSÉ, por Padre José Antônio Bertolin, Oblato de São José.
7º dia – São José, o pai no acolhimento
A atitude acolhedora de São José é um convite para todos nós a receber os outros, sem exclusões, tal como eles são, reservando uma predileção especial pelos mais frágeis, porque Deus escolhe o que é frágil.
Buscando o crescimento espiritual: O dom da acolhida de São José a Maria, manifestando nobreza de coração e respeito e valor pela pessoa humana, será o motivo para eu ser mais acolhedor das pessoas e sensível aos sofrimentos dos que mais necessitam
- São José acolheu Maria sem colocar condições prévias; simplesmente confiou nas palavras do anjo dirigidas a ele, pois tudo o que sabia da lei, devido à nobreza do seu coração, ficou subordinado ao seu amor por ela. Ao acolhê-la ele teve um comportamento que se expressou no respeito e no valor da pessoa humana. José colocou-se como dom para ela, pois acreditou no seu valor, na sua santidade, no mistério que ela trazia consigo, e, por isso teve uma atitude de plena atenção, compreensão e bondade.
- Nossa Senhora ao ser acolhida por São José sentiu-se profundamente a mais amada, como já era a amada por Deus e a bem-aventurada porque acreditou. Esse comportamento acolhedor de São José para com a sua esposa fez humanamente uma grande diferença na vida da Mãe de Deus, pois prescindindo da fé e da graça que a acompanhava para a vivência de sua maternidade divina, ela sentiu o quanto foi importante ser acolhida e ser valorizada como pessoa no seu relacionamento com José.
- Diante do comportamento acolhedor de São José nós podemos perceber como nos sentimos felizes e realizados quando somos respeitados, compreendidos e valorizados, quando recebemos atenção, somos ouvidos ou percebemos no outro uma postura física que nos comunique uma consideração por nós, pelos nossos pensamentos e ações. Ser acolhedor é, portanto, possuir o dom da coragem que nos impulsiona a reconhecer o nosso próximo, particularmente os marginalizados e os pobres. Essa atitude nos faz ser simpáticos, ajudando-nos a ter o desejo de compreender a outra pessoa, de sermos sensíveis às suas dores, sofrimentos e sentimentos.
- São José nos ensina a fazer brotar flores na vida dos nossos irmãos com a atitude da acolhida deles em nossas vidas por meio da virtude da acolhida e da compreensão, com gestos simples como o de um cumprimento, um sorriso, um abraço, um aperto de mão, um reconhecimento de algo bom acontecido ou da valorização de uma conversa. A nossa acolhida aos irmãos e irmãs fará com que estes se sintam bem em estar conosco, em conversar conosco e vice-versa.
- Rezemos: São José, que experimentastes a provação da perseguição de Herodes e o cansaço no empenho de cuidar de Jesus, mas tivestes contudo, o vosso coração repleto da paz mais profunda e exultastes de alegria pela intimidade com o Filho de Deus que vos foi confiado juntamente com Maria, Mãe dulcíssima, ajudai-me a compreender que não estou sozinho no trabalho, ajudai-me a descobrir Jesus ao meu lado, a acolhê-lo com a graça e a custodiá-lo fielmente, como vós fizestes.
- Leitura: José acolhe Maria, sem colocar condições prévias. Confia nas palavras do anjo. “A nobreza do seu coração fá-lo subordinar à caridade aquilo que aprendera com a lei. Hoje, neste mundo onde é patente a violência psicológica, verbal e física contra as pessoas, especialmente contra a mulher, São José apresenta-se como figura de homem respeitoso, delicado que, mesmo não dispondo de todas as informações para sanar a sua dúvida, se decide pela honra e pela dignidade e vida de Maria. E, na sua dúvida sobre o melhor a fazer, Deus ajudou-o a escolher iluminando o seu discernimento. A vida espiritual que São José nos mostra não é um caminho que explica, mas de um caminho que acolhe. Só a partir deste acolhimento, é possível intuir também uma história mais excelsa, um significado mais profundo realizado na sua vida. Parecem ecoar as palavras inflamadas de Jó, quando, desafiado pela esposa a rebelar-se contra todo o mal que lhe está para acontecer, responde: “Se recebemos os bens da mão de Deus, não aceitaremos também os males?” (Jó 2,10) – (Carta apostólica Patris corde 4).