São José, o pai de Jesus. (Olhemos para São José. Livro 1: Conhecendo. #03)

CONHECENDO A PESSOA, A MISSÃO E A ESPIRITUALIDADE DE SÃO JOSÉ, por Padre José Antônio Bertolin, Oblato de São José.

3º dia – São José, o pai de Jesus

José é, ao mesmo tempo, tão pai de Cristo quanto esposo de Maria, não em virtude da união do sangue, mas do direito matrimonial (Tomás de Aquino)

Buscando o crescimento espiritual: São José é um exemplo de amor e de dedicação como pai para Jesus e de esposo para Maria; procurarei assumir com responsabilidade as minhas tarefas de cristão, sobretudo na dedicação do amor para com todas as pessoas

  • A nossa consagração a São José nos levará a dedicarmos mais para a edificação do Reino de Cristo, a exemplo de São José que se dedicou totalmente a Jesus sendo-lhe pai afetuoso. De fato, José é apresentado pelos evangelistas como pai de Jesus (Lc 2,27.33.41.43.48) e Jesus era considerado filho de José (Lc 3, 23; 4,22; Mt 13,55; Jo 6,42), e ambos, José e Maria, como pais de Jesus (Lc 2, 41, 43). Quando Maria encontrou Jesus em Jerusalém dirigiu-se a ele afirmando: “Teu pai e eu estávamos aflitos a tua procura” (Lc 2, 48). Santo Tomás de Aquino escreve que “José é tão pai de Cristo quanto esposo de Maria, não em virtude da união do sangue, mas do direito matrimonial”.
  • Por isso ele exerceu para com Jesus a missão de pai com todos os direitos e os deveres paternais. Santo Agostinho afirma que porque José e Maria eram casados, “Ambos merecem ser chamados pais de Cristo. Ambos são pais por motivo do consentimento não na carne; ou melhor, o pai apenas por motivo do consentimento (matrimonial) e a mãe, também por motivo da carne, mas todos os dois são pais” (PL  44, 420-421).
  • São José teve o Filho de Deus vivendo debaixo de seu teto e a Ele dedicou-se com todo afeto de pai ao qual Jesus obedeceu. José teve o privilégio de ser chamado de pai pelo próprio Filho de Deus e por isso, como pai, ele tem muito para nos ensinar. Nesse sentido o Papa Francisco em sua carta apostólica Patris corde, de oito de dezembro de 2020, apresentou algumas características muito significativas da paternidade de São José, as quais são estímulos para o nosso crescimento na imitação do santo patrono.
  • O Papa Paulo VI, que produziu profundas homilias sobre o nosso santo, enalteceu a paternidade de São José pelo fato de ele “Ter feito de sua vida um serviço, um sacrifício, ao mistério da encarnação e à missão redentora a qual está unida; de ter usado da autoridade legal que lhe competia sobre a Sagrada Família, para tornar-se total dom de si, de sua vida, de seu trabalho; de ter convertido a sua vocação humana ao amor doméstico na sobre-humana oblação de si, do seu coração e de toda a sua capacidade, no amor colocado a serviço do Messias germinado em sua casa” (Paolo VI, Allocuzione del 19 marzo 1966, in Insegnamenti di Paolo VI,).
  • Em virtude disso, as palavras do Papa São João XXIII elucidam que São José  é aquela luz que irradia os seus raios benéficos na casa de Deus que é a Igreja; é a luz que ilumina com seu incomparável exemplo aquilo que caracteriza o santo, dentre todos afortunado por tamanha comunhão de vida com Jesus e Maria”. Portanto, José cooperou juntamente com sua esposa, para tornar a casa de Nazaré um ambiente favorável para o crescimento e a maturidade da pessoa do Salvador da humanidade.
  • A submissão de Jesus aos seus pais (Lc 2,51) se deu de uma maneira tal que com esta Jesus santificou os deveres da família e do trabalho ao lado de José,  e isso afirma o Papa São João Paulo II com essas palavras “O crescimento de Jesus ´em sabedoria, em estatura e em graça´ se deu no âmbito da Sagrada Família, sob o olhar de São José, que tinha a alta função de o ´criar´, ou seja, de alimentar, vestir e instruir Jesus na Lei e num ofício, em conformidade com os deveres estabelecidos para o pai”(Rc 38).
  • Será a José que o anjo aparecerá e lhe comunicará a destinação para o Egito: “Toma o menino e sua mãe e foge para o Egito…” (Mt 2,13-20), e assim José partiu com Maria e Jesus para o Egito e permaneceu lá até a morte de Herodes (Mt, 2,19). Depois do exílio no Egito, novamente José recebeu ordens do anjo para voltar para à sua pátria (Mt 2,39) e obediente irá escolher de ir morar em Nazaré da Galileia. José exercerá também sua missão de pai quando praticará o costume judaico de ir todos os anos a Jerusalém por ocasião da Páscoa (Lc 2,41) levando Jesus para participar dessa festa e conviverá com Jesus em Nazaré onde o menino lhe era obediente (Lc, 2,51).
  • Rezemos: São José, que fostes escolhido por Deus para ser o pai do Salvador e dedicastes toda a sua vida empenhado nessa missão, obtende-me de Deus as graças que necessito para corresponder fielmente ao plano de amor que Deus tem para com cada um de nós.

Leitura: O filho de Maria é também filho de José em virtude do vínculo matrimonial que os une: “Por motivo daquele matrimônio fiel, ambos mereceram ser chamados pais de Cristo, não apenas a Mãe, mas também aquele que era seu pai, do mesmo modo que era cônjuge da Mãe, uma e outra coisa por meio da mente e não da carne”. Neste matrimônio não faltou nenhum dos requisitos que o constituem: “Nos pais de Cristo realizaram-se todos os bens das núpcias: a prole, a fidelidade e o sacramento. Conhecemos a prole, que é o próprio Senhor Jesus; a fidelidade, porque não houve nenhum adultério e o sacramento porque não se deu nenhum divórcio” (14) (Redemptoris Custos 7).

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