CONHECENDO A PESSOA, A MISSÃO E A ESPIRITUALIDADE DE SÃO JOSÉ, por Padre José Antônio Bertolin, Oblato de São José.
2º dia – São José, o esposo de Maria
São José é o servidor fiel e prudente que o Senhor constituiu como o sustentador de sua Mãe, o pai nutrício de sua carne, e o único cooperador fidelíssimo na terra do grande desígnio da Encarnação (São Bernardo)
Buscando o crescimento espiritual: O amor esponsal de São José por Maria, sua esposa, incidiu positivamente na vida de Jesus e de Maria; farei o possível para que o meu amor incida sempre positivamente na vida dos meus irmãos e irmãs.
- Em decorrência da grande dignidade de São José, a sua função como esposo de Maria não pode ser esquecida dentro do quadro da encarnação de Jesus visto que o seu nascimento se realizou com Maria desposada com José (Mt 1,18; Lc 1,27). De fato, nos evangelhos José é apresentado como esposo de Maria (Mt 1.16.19.24; Lc 2,5) e Maria é apresentada como a esposa de José (Mt 1.18.24; Lc 1,27). José desempenhou uma função imprescindível em relação à vinda do Filho de Deus ao mundo, sendo antes de tudo o esposo da Mãe do Salvador, e, portanto, honrando a sua divina e virginal maternidade.
- O Papa Pio XII afirmou que Maria encontrou grande alegria na convivência do mais puro amor de seu castíssimo esposo. E “se Deus quis dar José como esposo à Virgem, o deu não apenas como companheiro na sua vida, testemunha da sua virgindade e garantidor da sua honestidade, mas também para que ele participasse, mediante o pacto conjugal, na sua excelsa grandeza” (Rc 20).
- Pelo fato de José ter vivido a sua existência aqui na terra em comunhão com o Filho de Deus e com sua esposa, então “se pode dizer que José é de certa maneira a ‘omnipotentia supplex’ (onipotência suplicante), pois o que poderia o Filho de Deus negar a José, o qual teve para com ele um profundo amor? Qual filho, se não é ingrato, esqueceria os benefícios do próprio pai?… Por isso, é meu sentimento que, depois da Virgem Maria, São José é o mais poderoso dos nossos intercessores junto de Deus”, afirma Isidoro Isolani.
- Como esposo de Maria, José encontra-se ainda mais perto da fonte da graça que é Jesus Cristo e por isso, “Para que Deus se mostre mais favorável às nossas orações… nós vemos como muito útil que o povo cristão se acostume a invocar com grande piedade e grande confiança, juntamente com a Virgem Mãe de Deus, o castíssimo esposo, o Bem-aventurado José, verdade que estamos certos que a própria Virgem deseja e aceita”(Quamquam pluries).
- Um antigo hino em honra a São José, aprovado pela Igreja, diz que qualquer um que deseja viver santamente e qualquer um que quer terminar com alegria a sua vida na terra, deve pedir a ajuda de São José, esposo da Virgem pura, pai putativo do Verbo encarnado, justo, fiel, íntegro e esse obterá o quanto suplicam as suas orações.
- Rezemos: “ Ó Mãe totalmente triunfante, quem pode lançar os olhos sobre a vossa majestade sem ver à vossa direita aquele que o vosso filho quis tão frequentemente, por amor de vós, honrar com o título de pai, tendo-o unido a vós pelo laço de um matrimônio totalmente virginal, a fim de que fosse o vosso socorro e coadjutor na missão da condução e da educação de sua divina infância? Ó grande São José, esposo muito amado da Mãe do Bem-Amado! Quantas vezes trouxestes o Amor do céu e da terra entre vossos braços, enquanto abrasado pelos doces abraços e beijos desse Menino divino, vossa alma rejubilava-se quando ele pronunciava ternamente aos vossos ouvidos que vós éreis seu grande amigo e seu querido pai bem-amado!” (São Francisco de Sales).
- Leitura: Dirigindo-se a José com as palavras do anjo, Deus se dirigiu a ele como esposo da Virgem de Nazaré. Portanto, aquilo que nela se realizou por obra do Espírito Santo exprime ao mesmo tempo uma confirmação especial do vínculo esponsal, que na verdade já existia antes entre José e Maria. O mensageiro se dirigiu claramente a José com estas palavras: “Não temas receber contigo, Maria, tua esposa”. Por conseguinte, aquilo que tinha acontecido anteriormente, ou seja, os seus esponsais com Maria, tinha sido realizado por vontade de Deus e, portanto, devia ser levado em consideração. Na sua maternidade divina, Maria deve continuar a viver como “uma virgem, esposa de um esposo” (Redemptoris custos 18).