São José, fortíssimo. (Olhemos para São José. Livro 1: Conhecendo. #24)

CONHECENDO A PESSOA, A MISSÃO E A ESPIRITUALIDADE DE SÃO JOSÉ, por Padre José Antônio Bertolin, Oblato de São José.

24º dia – São José, fortíssimo

A virtude da fortaleza consiste em tornar a pessoa capaz de ter segurança nas dificuldades, firmeza e constância na procura do Bem (CIC 1808)

Buscando o crescimento espiritual: Com a virtude da fortaleza, São José superou a pobreza, as perseguições, as inseguranças e todos os obstáculos que se apresentaram em sua vida; seguindo o seu exemplo, buscarei exercitar essa virtude diante dos desafios que se apresentam em minha vida

  • São José viveu a virtude da fortaleza diante das dificuldades que passou com Maria, sua esposa, antes do nascimento de Jesus na viagem que empreenderam à Belém para o recenseamento, conforme o decreto do Imperador César. Foi o desafio para protegê-la, grávida, nos caminhos de Nazaré até Belém. Depois outro desafio que exigiu de José muita fortaleza foi a incessante procura de um lugar para que ela desse à luz numa estrebaria, pois não encontravam uma pensão no lugarejo. Em seguida foi desafiado a fugir apressadamente para o Egito diante da perseguição de Herodes. Podemos dizer que sem a virtude da fortaleza certamente José não teria suportado a pressão das dificuldades exteriores. Essa virtude também o ajudou a permanecer firme em sua missão e na manifestação de amor concreto por Maria e Jesus, ou seja, de ser fiel à vontade de Deus que lhe havia sido claramente manifestada. Seria ingenuidade de nossa parte não admitir que José não passou por provações diante dos trabalhos para sustentar sua família seja no Egito, seja em Nazaré, onde devia ir trabalhar todos os dias, inclusive fora de Nazaré (Séforis), como alguns estudiosos admitem.
  • Precisamos da fortaleza de São José na defesa dos valores cristãos e morais, na defesa dos pobres, dos sem vez e sem voz, dos marginalizados e oprimidos. Precisamos dessa fortaleza para defender a Igreja e o seu magistério na refutação de ideias errôneas, sempre com serenidade e sem destemperos como foi a fortaleza de São José, ou como a determinação e coerência de João Batista. Se seguirmos esses exemplos muitos perceberão a têmpera de nossa vida cristã e se deixarão arrastar pelo nosso testemunho, pelos nossos exemplos, assim como no começo do cristianismo muitos se convertiam ao contemplarem a fortaleza dos primeiros cristãos.
  • Rezemos: Glorioso São José, eu vos escolho por meu especial Protetor. Sede, depois de Jesus e Maria, a minha consolação nesta terra, o meu refúgio nas dificuldades, o meu guia nas incertezas, o meu conforto nas tribulações e obtende-me como coroa dos vossos favores, uma santa morte como tivestes ao lado de Jesus e de Maria.
  • Leitura: A virtude da fortaleza presente na vida de São José indica a firmeza no bem que ele possuía e que o fez superar os todos os obstáculos no exercício do seu ministério. Ele foi forte diante dos desafios que se lhes apresentaram a começar com a viagem que teve que fazer com sua esposa para Belém por ocasião do recenseamento e logo em seguida ao se deparar com a impossibilidade de encontrar um lugar digno para Maria dar à luz e por isso o vemos bater de porta em porta, pedindo hospitalidade, em Belém, para a sua esposa e para Jesus. Nós o vemos depois intrépido diante dos desafios da fuga e da permanência no Egito e depois na volta empreendida para o seu país. Nos Evangelhos ele aparece como um homem forte, corajoso, trabalhador e no seu íntimo sobressaindo uma grande ternura que não é a virtude dos fracos, antes pelo contrário, virtude que denota fortaleza de ânimo e capacidade de solicitude, de compaixão, de verdadeira abertura ao outro, de amor. Não devemos ter medo da bondade, da ternura. Toda a sua fortaleza foi em vista de cuidar dos interesses de Jesus e, por isso o vemos, como nos ensina o Papa Paulo VI que a sua vida “não teve outro sentido e razão, a não ser o de servir o menino… Ele colocou à disposição dos desígnios de Deus a sua liberdade, a sua legítima vocação humana, a sua felicidade conjugal, aceitando a condição, a responsabilidade e o peso da família, e renunciando, por um incomparável amor virgíneo, ao natural amor conjugal que a constitui e a alimenta, para oferecer com o sacrifício total a sua existência às exigências imponderáveis da vinda do Messias”. Por causa de sua forte dedicação a Jesus e à Maria, o Papa Leão XIII quis que toda a Igreja católica suplicasse a sua intercessão rezando a oração que ele compôs para o mês de outubro, com estas palavras: “Por esse laço sagrado de caridade que vos uniu à Virgem Imaculada Mãe de Deus, e pelo amor paternal que tivestes ao Menino Jesus, ardentemente vos suplicamos que lanceis um olhar benigno sobre a herança que Jesus Cristo conquistou com seu sangue, e nos socorrais em  nossas necessidades com vosso auxílio e poder. Protegei, guarda da divina Família, o povo eleito de Jesus Cristo. Afastai para longe de nós, pai amantíssimo, a peste do erro e do vício. Assisti-nos do alto do céu, nosso fortíssimo sustentáculo, na luta contra o poder das trevas, e assim como outrora salvastes da morte a vida ameaçada do Menino Jesus, assim também defendei agora a Santa Igreja de Deus das ciladas de seus inimigos e de toda a adversidade” (São José, a imagem terrestre da bondade de Deus).

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