É preciso reaprendar a admirar-se com as pequenas conquistas

Orientações do Papa Francisco. ANGELUS. 31/12/2023

José e Maria «estavam admirados com as coisas que se diziam de Jesus» (cf. Lc 2, 33), porque não pensavam que o velho Simeão e a profetisa Ana estivessem ali para dizer estas coisas.

Ficaram maravilhados. E hoje quero deter-me sobre isto: sobre a capacidade de admiração. A capacidade de admiração é um segredo para nos darmos bem na família. Não nos habituarmos à normalidade das coisas. Saber, antes de mais, maravilhar-se com Deus, que nos acompanha. E depois, maravilharmo-nos em família.

Penso que é bom, no casal, saber maravilhar-se com o cônjuge, por exemplo, pegando-lhe na mão e olhando-o nos olhos, à noite, durante alguns momentos, com ternura: a maravilha leva-nos à ternura, sempre. A ternura no casamento é bela.

E depois, maravilhar-se com o milagre da vida, dos filhos, encontrar tempo para brincar com eles e para os ouvir. Pergunto-vos, pais e mães: encontrais tempo para brincar com os vossos filhos? Para os levar a passear?

Ontem ouvi uma pessoa ao telefone e perguntei-lhe: “Onde estás?” – “Estou na praça, levei os meus filhos a passear”. Esta é uma bonita paternidade e maternidade.

E depois, maravilharmo-nos com a sabedoria dos avós. Muitas vezes, excluímos da vida os avós. Não, os avós são fontes de sabedoria. Aprendamos a maravilhar-nos com a sabedoria dos avós, com a sua história. Avós que restituem a vida ao essencial.

E no final admirar-se com a sua própria história de amor – cada um de nós tem a sua: o Senhor fez-nos caminhar no amor, maravilhar-se com isso. A nossa vida tem certamente os seus aspetos negativos, mas admirar-se também com a bondade de Deus que caminha connosco, mesmo sendo nós tão inexperientes.

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